Poema | Mar Sonoro

 

POEMA

 

MAR SONORO


 

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

 

Sophia de Mello Breyner Andresen | “Dia do mar”, pág. 14 | Edições Ática, 1974


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DIA DO MAR

de Sophia de Mello Breyner Andresen.
edição: Assírio & Alvim, dezembro de 2019 ‧ isbn: 978-972-37-1746-4

 

SINOPSE

Este é o segundo livro de Sophia de Mello Breyner Andresen, publicado em 1947 após o volume «Poesia», já publicado pela Assírio & Alvim. Aqui, como de resto em muita da sua obra, a poeta busca a perfeição, a pureza e a harmonia, utilizando alguns lugares recorrentes como o mar, a praia, a casa e o jardim. Visitando a infância, onde aprendeu a ouvir as vozes das coisas, o mar é aqui uma fonte de purificação e um lugar onde tudo adquire sentido. Como escreve Gastão Cruz, no prefácio a esta edição, «Uma tensão dialéctica percorre “Dia do Mar”: o poeta divide-se entre a sensação de viver intensamente o milagre do mundo […] e a consciência da impossibilidade duma vivência plena dessa maravilha, realmente apenas reservada aos deuses.»

As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.

 

 

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