Entrada de Portugal na I Guerra Mundial
No dia 9 de março de 1916, a Alemanha declarou guerra a Portugal depois de os portugueses apreenderem os navios alemães junto à sua costa. Este conflito com a Alemanha determinou a entrada de Portugal na I Guerra Mundial.
A Alemanha declara guerra a Portugal. Seguiu-se, pouco depois, o corte de relações diplomáticas com a Áustria-Hungria. A resposta da Alemanha prende-se com a requisição que havia sido feita dos vapores surtos em portos nacionais. Antes desta situação, já se haviam verificado numerosos recontros e combates no teatro de guerra africano entre Portugal e a Alemanha, que, no entanto, não haviam motivado o corte de relações diplomáticas e/ou declaração de guerra.
O representante da Alemanha entrega a declaração de guerra ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Soares. Na declaração de guerra, o Governo Imperial explicita as suas razões, salientando que desde o início do conflito Portugal apoiara os inimigos do Império Alemão, “por actos contrários à neutralidade”. Um dos exemplos dados era a passagem de tropas inglesas através de Moçambique, do mesmo modo que as expedições enviadas para África eram consideradas como hostis à Alemanha. Acrescentava ainda que “A imprensa e o parlamento durante toda a existência da guerra entregaram-se a grosseiros insultos contra o povo alemão sob uma protecção mais ou menos notória do Governo Português.” O Governo alemão “(…) numa indulgente deferencia para com a difícil situação de Portugal, evitou até tirar sérias consequências da atitude do Governo Português.” De facto, em diversas ocasiões, Portugal tratara a Alemanha com uma inusitada dureza. Mas com a apreensão dos navios alemães, “O Governo Imperial vê-se forçado a tirar as necessárias consequências do procedimento do Governo Português. Considera-se de hoje em diante como estando em estado de guerra com o Governo Português.”
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