Fundação da Ordem de Cristo
No dia 15 de março de 1319 foi criada em Portugal uma ordem religiosa e militar que teve um papel determinante na História de Portugal, sobretudo no período dos Descobrimentos.
Nos séculos XII e XIII, a Ordem dos Templários, uma das mais famosas Ordens Militares de Cavalaria, ajudou os portugueses nas batalhas contra os muçulmanos, recebendo como recompensa extensos domínios e poder político. Os castelos, igrejas e povoados prosperaram sob a sua protecção.
No início do século XIV, Felipe IV de França, incomodado pela autonomia e poder da ordem, tomou várias medidas para dominá-la, no entanto sem grande sucesso. Começou então a pressionar o Papa Clemente, também de origem francesa, para diminuir o poder desta rica e poderosa ordem. Em 1307, muitos dos membros da Ordem em França foram detidos e queimados publicamente. Em 1312, o Papa Clemente acabou por decidir dissolver a Ordem dos Templários, alegando que se tinha corrompido e que já não servia os interesses a que se tinha comprometido.
Felipe IV conseguiu assim retirar do seu caminho uma ordem poderosa, e ainda apropiou-se das suas riquezas, reforçando assim o seu poder absoluto em França.
Sob o risco de as riquezas pertencentes a esta ordem em Portugal serem perdidas, D. Dinis rapidamente tentou transferi-las para outras ordens religiosas. Conseguiu ressalvá-las com a criação de uma nova ordem – a Ordem de Cristo.
A Ordem de Cristo foi assim criada em Portugal, como Ordo Militiae Jesu Christo pela bula Ad ae exquibus de 15 de março de 1319 pelo papa João XXII, como uma reforma dos Templários. Tudo mudou, para ficar mais ou menos na mesma. O hábito era o mesmo, a insígnia também, com uma ligeira alteração, e os bens, transmitidos pelo monarca, correspondiam aos bens templários.
A sua importância na história portuguesa está muito relacionada com a sua riqueza que proporcionou aos navegadores portugueses fundos para as suas viagens.
Após uma curta passagem por Castro Marim, a nova Ordem viria a sediar-se também em Tomar.
Em 1910, com a implantação da República, foi extinta. No entanto, foi restabelecida pelo Decreto de 1 de Dezembro de 1918, ficando então destinada a premiar os serviços relevantes de nacionais ou estrangeiros prestados ao país ou à humanidade, tanto militares como civis.
Ao longo do século XX foram agraciados com a Ordem Militar de Cristo os titulares dos mais altos cargos da nação portuguesa.
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