Infanta D. Isabel assume a regência do reino de Portugal
A infanta D. Isabel assumiu o governo de Portugal após a morte do seu pai, dado que o herdeiro ao trono encontrava-se fora de Portugal e sem intenções de voltar.
Após a morte de D. João VI, Portugal deparou-se com um problema de sucessão, pois o herdeiro era D. Pedro, imperador do Brasil, e não estava interessado em abdicar do seu império americano.
No dia 6 de Março de 1826, D. João VI, doente, nomeou uma regência presidida pela infanta D. Isabel Maria, de vinte e cinco anos, a qual vigoraria, mesmo com a morte do rei, até que o legítimo herdeiro e sucessor da Coroa aparecesse. Ela foi regente de Portugal até 26 de Fevereiro de 1828. D. João VI morreu quatro dias depois do decreto.
Além de D. Isabel Maria, faziam parte do chamado Conselho de Regência o cardeal-patriarca D. Frei Patrício da Silva; o 6.° Duque de Cadaval; o 1.° Marquês de Valada; e o Conde de Arcos. Na qualidade de adjuntos, estavam os seis ministros de Estado das diferentes secretarias.
No mesmo ano, D. Isabel Maria abdicou em favor da sobrinha, D. Maria da Glória, a filha mais velha de D. Pedro IV ( I do Brasil), que deveria se casar com o tio D. Miguel. Este, por sua vez, juraria a Carta Constitucional de 1826 promulgada por Pedro IV. Entretanto, não foi o que aconteceu.
A Carta Constitucional encontrou forte oposição, mostrando-se D. Miguel desfavorável a ela. Em Julho do mesmo ano, D. Isabel Maria declarou solenemente:
” Juro cumprir e fazer cumprir a Carta Constitucional decretada e dada por El-Rei o senhor D. Pedro IV em 29 de Abril de 1826, para os reinos de Portugal e Algarves e seus domínios, tão inteira e fielmente como nela se contém”
Começou, assim, o consequente duelo entre o Portugal da Tradição e o Portugal da Revolução. Se o governo venceu é certo que os desentendimentos continuaram entre as câmaras e os ministros, mas também devido às manobras da rainha-viúva, D. Carlota Joaquina.
D. Pedro IV, apesar de conhecedor do que se passava pelo reino, por decreto de 1827, confiou a regência do reino a D. Miguel. D. Miguel chegou a Portugal em 1828, terminando a regência da infanta D. Isabel Maria. Pouco tempo depois, auto-aclamou-se rei e acabou com o liberalismo em Portugal, concentrando em si todos os poderes. Deu-se início a uma série de conflitos que originou a guerra civil em Portugal.
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