AS PRIMEIRAS COMUNIDADES HUMANAS DA PENÍNSULA IBÉRICA
OS RECURSOS NATURAIS E A OCUPAÇÃO HUMANA
As primeiras comunidades recoletoras
Os primeiros grupos de homens e mulheres que habitaram a Península Ibérica viviam em comunidades: grupos de vinte a quarenta pessoas que partilhavam entre si os abrigos, a comida, os utensílios e os perigos.
Para se protegerem do frio e dos animais ferozes refugiavam-se em grutas e outros abrigos existentes nas rochas. Por vezes construíam cabanas com troncos, ramos e peles de animais.
As peles de animais também serviam para se vestirem. Faziam também utensílios de pedra e osso para se protegerem, para caçar, esquartejar animais e raspar e cortar as suas peles.
As cenas de caça eram gravadas e pintadas nas paredes das grutas onde viviam. A estas gravuras e pinturas chamamos arte rupestre.
Estas comunidades viviam da pesca, da caça, e da recoleção, por isso as chamamos comunidades recoletoras. Isto significa que viviam da recolha do que a Natureza lhes oferecia.
Quando os recursos naturais de um local escasseavam tinham que procurar um novo local com mais frutos e mais animais para sobreviverem. Por isso não tinham casa fixa e não permaneciam no mesmo local durante muito tempo. Diz-se então que eram nómadas.
A descoberta do fogo permitiu defenderem-se melhor dos animais ferozes, para se aquecerem e assarem os animais.
As comunidades agro-pastoris
Há cerca de 10000 anos a temperatura subiu, os gelos fundiram-se e o clima tornou-se quente e seco. Os animais de clima frio desapareceram e surgiram novas espécies vegetais e animais.
Ficaram assim reunidas condições para os homens abandonarem as grutas e melhorar a sua forma de vida.
As comunidades agro-pastoris vivam da agricultura, da pastorícia e da domesticação de animais. Como viviam perto das terras que cultivavam deixaram de precisar de se deslocar constantemente, tornando-se assim sedentários.
Começou a haver uma maior abundância e diversidade de alimentos o que originou os primeiros povoados.
Começou-se a praticar a cestaria, a cerâmica e a tecelagem. Novos utensílios foram inventados como a foice, a enxada de pedra, o arado de madeira e a mó manual, e deu-se maior uso da roda.
Surge também nesta época vários monumentos em pedra como antas, ou dólmenes, e os menires.
Homens dos castros
Há cerca de 2500 anos a Península Ibérica era habitada pelos:
- Celtas: povos guerreiros vindos no Centro da Europa, eram altos de cabelo e olhos claros e fixaram-se no Norte e Oeste da Península Ibérica.
- Iberos: homens morenos e de estatura média que se fixaram no Sul e Este da Península Ibérica.
Os Iberos só conheciam o cobre e o bronze. Os celtas trouxeram o ouro e o ferro.
Com o passar do tempo estes povos acabaram por se misturar dando origem aos celtiberos.
Estas tribos viviam nos cimos dos montes rodeados por muralhas nas citânias, ou castros.
Contato com os povos mediterrânicos
Os povos do sul da Península Ibérica viviam melhor que os do norte principalmente devido ao contato com Fenícios, Gregos e Cartagineses, que eram povos mais evoluídos.
Estes povos dedicavam-se ao comércio. Na Península Ibérica encontraram metais e em troca ofereciam objectos de vidro, adornos, cerâmicas, tecidos de linho e púrpura.
Deixaram-nos novas ideias e costumes e deram a conhecer o alfabeto fenício, a moeda grega e a conservação dos alimentos pelo sal.
Vídeos
https://www.youtube.com/watch?v=pgSkDK4tnrc
https://www.youtube.com/watch?v=kB4fk0dwfg4
Revê aqui a matéria/resumo de matemática/síntese de HGP:
http://pt.slideshare.net/sofiavictor3/as-primeiras-comunidades-da-pennsula-ibrica?qid=1317a64b-ba7a-45c3-95ef-6d2b20c264a6&v=&b=&from_search=2
EXERCÍCIOS
O que tens de saber neste capítulo, segundo o programa e metas curriculares de HGP – 5º ano:
DOMÍNIO: A PENÍNSULA IBÉRICA: DOS PRIMEIROS POVOS À FORMAÇÃO DE PORTUGAL (SÉCULO XXII)
SUBDOMÍNIO: AS PRIMEIRAS COMUNIDADES HUMANAS DA PENÍNSULA IBÉRICA
- Conhecer e compreender as primeiras comunidades humanas da Península Ibérica
- Localizar no espaço a origem dos primeiros grupos humanos chegados à Península Ibérica.
- Caracterizar o modo de vida das primeiras comunidades humanas, destacando a economia recoletora, o nomadismo, a primeira divisão de tarefas e o tipo de instrumentos utilizados.
- Referir a descoberta do fogo, o fabrico de instrumentos e a linguagem como momentos fundamentais da sobrevivência humana.
- Caracterizar as primeiras manifestações artísticas dos primeiros grupos humanos, localizando vestígios de arte rupestre na Península Ibérica.
- Conhecer e compreender as características das primeiras comunidades agropastoris da Península Ibérica
- Localizar o surgimento das primeiras comunidades agropastoris num tempo posterior ao das comunidades recoletoras, identificando vestígios dessas comunidades no atual território português.
- Relacionar as alterações climáticas ocorridas no fim da Idade do Gelo com a prática da agricultura e da pastorícia.
- Relacionar a prática da agricultura e da domesticação de animais com o sedentarismo e o surgimento dos primeiros aldeamentos.
- Comparar o modo de vida das primeiras comunidades recoletoras com o das comunidades agropastoris, salientando a importância das novas técnicas e dos novos instrumentos no progresso da humanidade.
- Caracterizar as manifestações religiosas e as construções megalíticas das comunidades agropastoris, exemplificando com vestígios existentes no território nacional.
- Conhecer os primeiros povos mediterrânicos que contactaram com as populações da Península Ibérica
- Localizar a origem dos povos do mediterrâneo (fenícios, gregos e cartagineses) que contactaram com os povos da Península Ibérica entre o ano 1000 a.C. e 500 a.C.
- Estabelecer uma relação entre os recursos naturais da Península Ibérica e a fundação de feitorias e colónias por esses povos do mediterrâneo oriental.
- Reconhecer marcas deixadas por fenícios, gregos e cartagineses na Península Ibérica, salientando os principais contributos (técnicos e culturais) destas civilizações para o enriquecimento das culturas peninsulares.
- Destacar o papel da arqueologia e dos vestígios deixados pelos homens para o conhecimento histórico.
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