Sistema reprodutor humano
- Adolescência e puberdade
- Caracteres sexuais primários e secundários
- Gónadas, gâmetas e hormonas sexuais
- Constituição do sistema reprodutor masculino
- Constituição do sistema reprodutor feminino
- Espermatogénese
- Morfologia e fisiologia de um espermatozoide
- Oogénese
- Morfologia e fisiologia de um oócito
- Ciclo sexual feminino
- Etapas do ciclo ovárico
- Etapas do ciclo uterino
- Período fértil
- Regulação hormonal
- Regulação hormonal
Adolescência e caracteres sexuais
Adolescência e puberdade
A adolescência corresponde ao período de transição entre a infância e a idade adulta, que ocorre entre os 10 e os 19 anos, e implica alterações biológicas, intelectuais, emocionais, sexuais e sociais importantes.
A puberdade é o período em que ocorrem as alterações biológicas que preparam o corpo para a reprodução e corresponde ao inicio da adolescência.
Caracteres sexuais primários e secundários
Os caracteres sexuais primários correspondem aos órgãos reprodutores presentes no ser humano desde o desenvolvimento embrionário e que permitem distinguir ambos os sexos (pénis nos rapazes e vagina nas raparigas).
Os caracteres sexuais secundários são as características morfológicas externas que surgem na puberdade.
As características físicas que surgem na puberdade nos rapazes são o aumento da massa muscular e óssea, voz grave, barba e pelos no púbis e axilas. Nas raparigas desenvolvem-se os seios, alargam-se as ancas e também surgem pelos no púbis e nas axilas.
Nas raparigas surge a primeira menstruação e nos rapazes podem ocorrer ejaculações noturnas. Tanto nos rapazes como nas raparigas é comum o aparecimento de acne.
Funcionamento do sistema reprodutor humano
Gónadas, gâmetas e hormonas sexuais
Ao contrário dos outros órgãos, os órgãos do sistema reprodutor só entram em pleno funcionamento a partir da puberdade, período em que se dá a maturação das gónadas e se inicia a produção de gâmetas.
As gónadas (testículos nos rapazes e ovários nas raparigas) são responsáveis pela produção de gâmetas (espermatozoides nos rapazes e ovócitos nas raparigas) e de hormonas (testosterona nos rapazes e estrogénios e progesterona nas raparigas).
Os gâmetas são as células sexuais, espermatozoides e ovócitos (ou oócitos), que quando se fundem dão origem a um ovo (ou zigoto) a partir do qual irá se formar um novo ser.
Constituição do sistema reprodutor masculino
O sistema reprodutor masculino é constituído pelos testículos (gónadas), epidídimos, canais deferentes e ureta (vias genitais). O órgão genital externo é o pénis e tem ainda como glândulas anexas as vesículas seminais, a próstata e as glândulas de Cowper que segregam secreções, que juntamente com os espermatozoides formam o esperma.
Os testículos produzem os espermatozoides e testosterona. Encontram-se revestidos e protegidos pelo escroto. Os epidídimos são órgãos tubulares onde os espermatozoides amadurecem e são armazenados. Os canais deferentes são tubos que transportam os espermatozoides dos epidídimos à uretra. A uretra é um canal, comum aos sistemas urinário e reprodutor, que conduz o esperma até ao exterior.
O pénis é o órgão responsável pela introdução de espermatozoides na vagina durante o ato sexual (ou cópula).
As vesículas seminais são glândulas que produzem o líquido seminal, rico em substâncias nutritivas, que permite a mobilidade e sobrevivência dos espermatozoides. A próstata é uma glândula que produz líquido prostático, que neutraliza a acidez da vagina e ativa os espermatozoides. As glândulas de Cowper produzem uma secreção que limpa e lubrifica a uretra antes da passagem do esperma.
Constituição do sistema reprodutor feminino
O sistema reprodutor feminino é constituído pelos ovários (gónadas), trompas de Falópio, útero e vagina (vias genitais). A vulva é o órgão genital externo e tem ainda como glândulas anexas as glândulas de Bartholin.
Os ovários produzem ovócitos e estrogénios e progesterona. Os ovócitos são lançados nas trompas de Falópio onde pode ocorrer a fecundação (fusão do espermatozoide com o ovócito). O útero é um órgão muscular oco, revestido internamente por um tecido muito irrigado por vasos sanguíneos, denominado endométrico, onde ocorre a menstruação, a implantação e o desenvolvimento do embrião e do feto, e a parte inferior é estreita e denomina-se colo do útero. A vagina é um canal musculoso onde o pénis deposita o esperma e por onde ocorre a saída do bebé durante o parto.
A vulva é constituída pelo clitóris, orifício vaginal e pelos grandes e pequenos lábios que protegem a entrada da vagina. As glândulas de Bartholin produzem um muco que serve para lubrificar e humedecer a vulva, principalmente durante o ato sexual.
Espermatogénese
As espermatogénese é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos gâmetas masculinos (espermatozoides) que ocorre nos testículos, desde a puberdade até ao fim da vida.
Cada testículo está dividido em lóbulos testiculares, separados por septos. Dentro dos lóbulos testiculares encontram-se os tubos seminíferos, que confluem para o epidídimo, tubo com cerca de seis metros e enrolado sobre si próprio.
As células localizadas junto às paredes dos tubos seminíferos (células germinativas) dividem-se continuamente, originando outras células que sofrem diferenciação ou maturação e transformam-se em espermatozoides.
Morfologia e fisiologia de um espermatozoide
Na sua configuração final, no epidídimo, os espermatozoides apresentam regiões distintas: cabeça, segmento intermédio e cauda (ou flagelo).
Na cabeça encontra-se o núcleo com a informação genética (cromossomas) e é revestida pelo acrossoma que possui enzimas que permitem a entrada do núcleo no ovócito. As mitocôndrias do segmento intermédio produzem energia (ATP) e a cauda permite o movimento do espermatozoide.
Oogénese
A oogénese (ou ovogénese), é o processo de formação dos gâmetas femininos, os oócitos (ou ovócitos) a partir de células germinativas nos ovários. Tem início no desenvolvimento embrionário, nos ovários do bebé do sexo feminino, ficando suspensa até à puberdade, quando é retomada, até à menopausa (por volta dos 50 anos).
A partir da menarca (primeira menstruação), todos os meses, começam a desenvolver-se alguns folículos. Um deles termina o processo de oogénese e liberta o oócito para a trompa de Falópio (ovulação). A parte que permanece no ovário dá origem ao corpo amarelo (ou corpo lúteo). Este processo ocorre aproximadamente de 28 em 28 dias.
Morfologia e fisiologia de um oócito
Na oogénese, as células germinativas dividem-se originando quatro células. Apenas uma se desenvolve dando origem ao oócito, que fica com metade dos cromossomas da célula original e com um citoplasma abundante, rico em substâncias de reserva. Tem um tamanho superior ao de um espermatozoide (250 mil vezes maior), mas uma vida mais curta. Se não houver fecundação é eliminado 24 a 72 horas depois da ovulação, enquanto um espermatozoide é viável 3 a 5 dias no corpo da mulher.
Ciclo sexual feminino
O ciclo sexual feminino, ou ciclo menstrual, é o conjunto de fenómenos cíclicos (em média de 28 em 28 dias) que ocorre no corpo da mulher com o objetivo de produzir gâmetas e de preparar para uma eventual gravidez. As alterações ocorrem sobretudo ao nível dos ovários – ciclo ovárico – e do útero – ciclo uterino.
Etapas do ciclo ovárico
A fase folicular ocorre nos primeiros 14 dias e corresponde à produção de estrogénios pelas células foliculares e ao crescimento e maturação de um folículo que contém no seu interior um oócito.
No 14º dia ocorre a ovulação, ou seja, a libertação do oócito para a trompa de Falópio.
Na fase luteínica (ou fase do corpo amarelo) forma-se o corpo amarelo que produz estrogénios e progesterona. Se não ocorrer fecundação, o corpo amarelo degenera, mas se existir fecundação, permanece no ovário nos primeiros meses de gravidez.
Etapas do ciclo uterino
A fase menstrual tem a duração de aproximadamente 5 dias e consiste na descamação da parte superficial do endométrio, com rompimento de alguns vasos sanguíneos que provoca hemorragia (menstruação).
Na fase proliferativa o endométrio começa a sua reconstituição devido ao aumento de produção de estrogénios. Dura até à ovulação (14º dia).
Na fase secretora o endométrio atinge a sua espessura máxima devido ao aumento da produção de progesterona preparando-se assim para receber o embrião. Se não houver fecundação, volta a fase menstrual, iniciando-se novo ciclo.
Período fértil
O período fértil é o intervalo de tempo do ciclo menstrual em que as mulheres têm maior probabilidade de engravidar.
Dado que a mulher tem a ovulação 14 dias antes da menstruação seguinte, que o oócito é viável durante 24 horas e que os espermatozoides são viáveis até 5 dias após o ato sexual, o período fértil é entre 5 dias antes e 3 dias após a ovulação.
Regulação hormonal
O funcionamento do sistema reprodutor é regulado pelos sistemas nervoso e hormonal. O hipotálamo estimula a hipófise a produzir duas hormonas sexuais: a FSH (hormona folículo-estimulante) e a LH (hormona luteinizante). As hormonas são depois são lançadas para a corrente sanguínea até chegar aos testículos e aos ovários.
Regulação hormonal
O funcionamento do sistema reprodutor é regulado pelos sistemas nervoso e hormonal. O hipotálamo estimula a hipófise a produzir duas hormonas sexuais: a FSH (hormona folículo-estimulante) e a LH (hormona luteinizante). As hormonas são depois são lançadas para a corrente sanguínea até chegar aos testículos e aos ovários.
Fecundação
- Fusão de um espermatozóide com um óvulo, formando uma única célula: o ovo, ou zigoto.
O que acontece após a fecundação?
- Fecundação – óvulo + espermatozóide = ovo
- Formação da mórula – mórula
- Nidação – Blastocisto
- Formação da placenta, do cordão umbilical e saco amniótico – Embrião – Feto
Nidação
- Implantação e fixação do blastocisto no endométrico.
Funções:
Placenta
- Liga o embrião à placenta
Saco amniótico
- Protege o embrião dos choques e de variações de temperatura.
A partir do 3º mês, quando o embrião passa a ter forma humana passa a chamar-se feto.
O que acontece durante o parto?
Etapas do parto:
- Dilatação
- contrações do útero, dilatação do colo do útero e rompimento do saco amniótico.
- Expulsão do feto
- o feto sai passando através do colo do útero e da vagina, o bebé respira no interior pela 1ª vez e é cortado o cordão umbilical.
- Expulsão da placenta
- o resto do cordão umbilical e a placenta saem para o exterior juntamente com os restos da parede do útero (endométrio). Acontece naturalmente cerca de 1 minutos após a expulsão do feto.
Qual a importância da amamentação?
O Leite materno contém todos os nutrientes essenciais e nas quantidades adequadas para a digestão e para o desenvolvimento do bebé.
Revê aqui a matéria/resumo/síntese de Ciências Naturais:
EXERCÍCIOS
Em breve
O que tens de saber neste capítulo, segundo o programa e metas curriculares de Ciências Naturais – 9º ano:
DOMÍNIO: VIVER MELHOR NA TERRA
SUBDOMÍNIO: TRANSMISSÃO DA VIDA
- Compreender o funcionamento do sistema reprodutor humano
- Caraterizar as estruturas e as funções dos órgãos reprodutores humanos.
- Comparar, sumariamente, os processos da espermatogénese com os da oogénese.
- Interpretar esquemas ilustrativos da coordenação entre o ciclo ovárico e o ciclo uterino.
- Identificar o período fértil num ciclo menstrual.
- Distinguir as células reprodutoras humanas, a nível morfológico e a nível fisiológico.
- Resumir a regulação hormonal do sistema reprodutor masculino e do sistema reprodutor feminino.
- Definir os conceitos de fecundação e de nidação.
- Descrever as principais etapas que ocorrem desde a fecundação até ao nascimento, atendendo às semelhanças com outras espécies de mamíferos.
- Explicar as vantagens do aleitamento materno, explorando a diferente composição dos leites de outros mamíferos.
- Caraterizar, sumariamente, três doenças do sistema reprodutor.
- Descrever dois contributos da ciência e da tecnologia para minimizar os problemas associados ao sistema reprodutor.
- Indicar medidas que visem contribuir para o bom funcionamento do sistema reprodutor.
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